quarta-feira, 22 de maio de 2013

Uma história com dor, mas com um final imensamente feliz.

Era uma vez....
Fez no dia 20 de maio, 5 anos.
Entrei às 10:00 da manhã nas urgências da Cuf Descobertas, cheia de medo de espetativas e felicidade. Tinha passado a noite praticamente acordada a pensar no dia seguinte.
O combinado com a melhor médica do mundo, a minha, e após 35 longas, dolorosas, sofridas semanas: vamos provocar o parto, a Benedita cresce cá fora (isto teve uma razão de ser: pré-eclampsia!!).
Por volta do meio-dia, e já instalada no quarto, seguiram-se as instruções: dispa-se, tome isto e vá para a casa de banho descarregar (atenção não foram estas as palavras...usaram termos tecnicos), depois é so esperar, que o enfermeiro ja vem ter consigo.
A partir do momento em que chegou o enfermeiro, começou o dia mais longo do ano, mais doloroso e mais feliz da minha vida.
Instruções da médica: podem administrar-lhe a epidural as 3 da tarde.
O soro misturado com nao sei o que, para provocar o parto, foi espetado na parte lateral do pulso, posso dizer que até vi estrelas...
Passados uns minutos as dores começaram e continuaram e de um momento para o outro já nao sabia MESMO NADA.
Dizem que se sofre mil vezes mais quando se provoca o parto e eu acredito que sim, contrações a 100 sem espaço entre elas.
Como é que as mulheres tiveram filhos antes de existir a magnifica e milagrosa droga a epidural???????
A saia da minha santa mãe ficou como se tivesse saído da maquina da roupa, tal e qual como a camisa do Gonçalo.
Aquilo dói como o caraças...
A epidural que deveria ter chegado as 3, chegou as 4:30 e eu naquele momento iria jurar que morria a qualquer momento com tanta dor.
Nos entretantos: "abra a perna, vamos rebentar-lhe as águas", "abra a perna vamso ver como estao as coisas"...
Como eu lhe chamo, é o "dia da perna aberta".
Depois da epidural, consegui descansar, dormir, tudo e mais alguma coisa, porque de um momento para o outro deixamos de sentir qualquer tipo de dor, ate que...
"não percebo o bebe esta a subir, em vez de descer"
What????????????????????'
Maria Benedita, esta na hora de saires e não de voltares atrás...sim?
"pode abrir a perna?" "nao percebo" "vamos so chamar outra enfermeira mais experiente para saber o que se esta a passar" "de certeza que vai para cesariana".
E de repente entra a enfermeira esperta, com 2 metros de altura, 200 kilos e umas mãos... e nesse momento pensei, esta não pode por as maos ca dentro... ah, pois nao...JÁ ESTÁ...SOCORROOOOOOOOO.
Fácil, bexiga cheia, vamos algalia-la. A bebe esta a subir por causa da bexiga estar cheia.
E fui algaliada.
Perfeito nao?????????
A partir daí a Maria Benedita decidiu voltar a descer.
Às 7 da tarde levaram-me para a sala, onde  a minha medica e mais umas quantas pessoas esperavam por mim e um ser, que ate hoje nao sei quem é, encostado a um canto a olhar... enfim mais um, afinal é o dia da perna aberta.
Faça força uma, espere, faça força outra vez e nasceu a Maria Benedita, o ser mais lindo, mais maravilhoso que alguma vez tinha visto.
E no momento que a colocaram sobre o meu peito descobri o amor incondicional, o sentimento mais assustador e delicioso que se pode ter por alguem.
Fomos as duas para o recobro e aquelas duas horas foram so nossas, as nossas primeiras duas horas, lado a lado, olhos nos olhos e tivemos a nossa primeira conversa.
Essa conversa ficou e ficará entre nós as duas...
O resto vem depois.


1 comentário:

  1. Muito bom - o texto com as emoções todas espelhadas. Para quando o livro?

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